O cemitério
ficava no alto. Numa cidade cercada por pastos secos, era a última e mais
próxima morada do céu em toda a região. Tão alto que o carro de Francisquim,
uma Fiat Uno, não conseguiu subir e morreu no meio do caminho. Puxado o freio
de mão, os dois ficaram, a menos de quinhentos metros do enterro do tio de
Pernalonga, que olhando para o amigo, perguntou rindo: “Você acha melhor
empurrar?”
Entre risadas, Chiquim soltou o
freio de mão, e devagar virou o carro, deixando-o agora na ladeira.
- Então, você vai lá em cima e eu te
espero aqui.
Pernalonga olhou para trás, através
do vidro da Fiatizinha, vendo algum movimento no topo do morro, onde seu tio
Joaquim era encerrado numa gaveta.
- Você pode me levar pra casa?
- Ah. Claro, cara. Só reza pro carro
pegar. – Falou Chiquim, soltando o freio, botando o carro pra pegar na vula da
descida.
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