Darío já aprendeu que ao fumar na capela, tem que se ficar sempre atento se a polícia
não chega e, ainda mais importante, tem sempre que vigiar os três carros que
estão sempre passando juntos no centro, na madrugada. Para alguém cuja
principal atividade consiste justamente de destrinchar o fios e tramas das ruas
e vielas aqui de Macuco, ele até que achava pouco criativas as lendas da
molecada. Uma insolência pela qual ele acabaria pagando uma hora ou outra.
Ele diz que o que está fazendo, o que
está escrevendo, implica em converter o imaginário em algo real, esperando
tocar as pessoas, recuperar suas vontades de integração e encadeamento de
eventos. Algo que, ao mesmo tempo em diz buscar uma nova integração de pessoas
em lugares, parece trabalhar muito melhor com a ideia romântica de se
atravessar o fluxo do tempo, arregaçar as limitações naturais e botar pra foder
na panela de caldo quântico do que já passou e passará. Eu não sei explicar.
Drummond escreveu isso aqui sobre o
Guimarães Rosa:
João
era tudo?/tudo escondido, florindo/como flor é flor, mesmo não semeada?/Mapa
com acidentes/deslizando para fora, falando?/Guardava rios no bolso/cada qual
em sua cor de água/sem misturar, sem conflitar?
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